dedica alguns minutos a explorar a tua mente

Liberdade em tempos democráticos

Muito se reflete e escreve sobre a Liberdade. Pessoalmente, sempre foi algo que apreciei bastante: liberdade de escolha, profissional, de movimento, de pensamento, e por aí vou.

Durante a pandemia que vivemos, sem precedentes no séc.XXI, em dias que ouvimos e lemos um sem número de vezes se devíamos/podíamos ficar em casa, refleti bastante sobre vários temas que sempre me despertaram atenção - neste caso, o significado que damos à Liberdade.

Quem ama fazer o que quer à hora que quer viu-se repentinamente privado do que nunca tinha visto como bem essencial - e como costumo dizer, nunca nos lembramos que temos um mindinho até batermos com ele no canto do armário.

Demos voltas à casa, reclamámos do azar e da sorte, queríamos fazer tudo o que não podíamos, quem trabalhava queria experimentar a arte de cozer pão, quem via Netflix o dia inteiro queria trabalhar... bom, talvez não tanto assim, mas com certeza queria continuar a ver o salário entrar na conta!

Em resumo, uns mais, outros menos, todos queríamos ter Liberdade para fazer o que nos apetecia, quando nos apetecia - mas sem perdermos os nossos direitos...direito a receber salário a 100% porque fomos dispensados "à força", direito a ter tempo pessoal, direito de manter a rotina, de abraçar a nossa família e os nossos amigos, de pegar no carro e mudar de cidade...

Pensemos sobre isto: cada decisão/escolha que fazemos tem um resultado, uma consequência, um lado mais e um lado menos. Se quando algo nos é aparentemente imposto, pensarmos sobre a alternativa que temos e quais as consequências decorrentes de escolher entre ambas, a aparente imposição deixa de o ser para assumir o estatuto de sugestão. E nesse momento, podemos decidir o que fazer com ela.

Então, será o poder que reconhecemos na tomada de decisão, o que realmente nos faz sentir Livres?

Creio que sim.

Em última instância, essa decisão é uma manifestação do nosso poder sobre aquilo que queremos fazer com a nossa Liberdade.

Acredito que o direito de escolher não nos pode ser retirado. Nem por uma quarentena. Sabendo de antemão que as nossas decisões terão sempre consequências, cabe-nos colocá-las na balança e optar pela mais gratificante pessoalmente (sem invadir a Liberdade do outro, mas isso fica para outro artigo).

Podes achar este discurso etéreo mas convido-te a participar nesta reflexão: a quarentena retirou efetivamente a tua liberdade? - e por quarentena digo imposições com as quais já foste confrontad@. Será que antes do covid-19 te sentias livre? Ou foi apenas o capataz detentor desse poder que mudou?

Fecha os olhos, experimenta dizer “quero ter a minha liberdade de volta” e respira fundo 5 vezes.

Que emoção emerge em ti?

Fecha novamente os olhos e agora diz “Eu quero ser livre”, respira fundo 5 vezes.

Qual a emoção que prevalece agora?

Lembra-te disto: aquilo que temos hoje, amanhã pode ser-nos retirado mas sobre aquilo que somos só nós temos o controlo. Está nas nossas mãos apoderar-nos desse poder ou entregarmo-lo às circunstâncias.

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